Cristo disse: "Não é aquele que DIZ, "Senhor, Senhor, quem entrará no Reino do céu, mas aquele que FAZ a vontade de meu Pai, que está nos céus" (Mt. 7,26). sobre isto Ele contou, também a parábola " Dos dois Filhos" (Mt. 2l,28-32)
1. Na liturgia de hoje, Abraão, de novo nos é proposto como paradigma. Como a ele, falsos profetas, também lembrados por Jesus (Mt,7,15) tentam nos desviar do caminho. Tal fato não se dá só em assunto de religião, nem se trata só de pessoas. Se dá em outros campos, como ciência, política e outros. Falso Profeta não é só pessoa. Podem ser coisas, idéias, fatos etc...
2. Nos textos de hoje, três vezes Abraão duvidou de Deus, que, várias vezes, lhe garantiu descendência, como pó, como as estrelas. Propriedades extensas, desde o Rio do Egito, até o Grande rio, o Eufrates. "Que me darás?". "Não me deste descendência!". "Como poderei saber se vou possuí-las?" Até certo ponto ele tinha razão, por que Deus falara, mas aparentemente não fizera. De qualquer jeito Abraão errou, porque não foi só na PALAVRA, que ele não acreditou, mas na PESSOA de quem falou, duvidando que ele fizesse e esquecido de que Ele não marcara data.
Como Abraão nos deixamos seduzir por vários falsos profetas, duvidando, de vários modos, da palavra de Deus, quando abanamos a prática da religião, abraçamos outras religiões, abandonamos a participação ativa nos trabalhos de algum setor da Paróquia.
Queremos marcar tempo para a realização da palavra de Deus, esquecidos de que Deus não usa nossos relógios, nem nosso jeito de medir o tempo. Queremos que Deus faça o que achamos certo e o que queremos, mas nem sempre Deus pensa e quer como nós e esquecemos, também de que Deus não nos deve mais nada, em vista do que já fez
Queremos marcar tempo para a realização da palavra de Deus, esquecidos de que Deus não usa nossos relógios, nem nosso jeito de medir o tempo. Queremos que Deus faça o que achamos certo e o que queremos, mas nem sempre Deus pensa e quer como nós e esquecemos, também de que Deus não nos deve mais nada, em vista do que já fez
por nós.
Deus que, com Moisés (Nm. 20,11.14; Ex.17,6;Dt.34,4) e Zacarias (Lc.1,120) não teve paciência, foi condescendente com Abrão, respondendo a sua dúvida, mas refrescando sua memória, mostrando como não o estava brincando, nem só falando e lembrando o que já fizera por ele, tirando-o, guiando-o e protegendo-o, pelo caminho a fazendo-o chegar são e salvo, até aqui.
Resolveu, agora selar, com Abraão, agora, com um solene ritual, uma ALIANÇA. Por isso pediu-lhe que trouxesse: uma Novilha e um Carneiro de três anos. Uma rola e uma pombinha, para oferecê-lo em sacrifício.
Muita gente pensa que, por que tudo depende de Deus, Deus faz tudo. Isto se chama Providenticialismo. Deus faz sua parte, que em geral é o que foge ao nosso alcance. O que nós podemos, Ele não nos dispensa, nem faz em nosso lugar. Por isso o provérbio antigo: "Mais vale quem Deus ajuda, do que quem cedo madruga", modernamente mudou de redação: "Deus só ajuda, quem cedo madruga" No milagre da multiplicação dos pães, Ele fez o milagre, mas exigiu o mínimo que o povo tinha e podia colaborar: cinco pães e dois peixes, com os quais alimentou cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças. (Jo.6,1-17)
Depois que Deus selou sua aliança com Abraão e repetiu solenemente sua promessa de descendência e posse da terra, Abraão sua parte, na mesma aliança, com sua proclamação também solene de sua fé. E o Senhor aceitou, tal proclamação de fé, como retratação e satisfação da falta de fé anterior e justificação de toda a vida de Abraão, mostrando-nos que fé não é somente uma toda memória e da inteligência, mas do coração, pés, mas, ou seja : da pessoa inteira e de toda a sua vida. É aliança, compromisso e comprometimento integral.
Na morte e destruição dos animais. No sono e misterioso terror de Abraão está simbolizada a profunda transformação do mesmo. A morte do velho homem, descrente e o nascimento do novo Abraão, agora reparado para entrar na nova terra e fundar um novo povo.
Com uma alegoria, Jesus repete, no evangelho, a alegoria da árvore boa e da árvore má, que se conhece pelos frutos. E alerta que é pelos seus frutos que se distingue o profeta verdadeiro e se desmascara o fajuto e também se o que ele diz ele faz, se torna fato. Acontece. O mal e os maus sejam eles quais, quem , ou o que forem, só sabem gerar o mal, mesmo que se mascarem de bem e bons. O bom e os bons, sejam quem, quais e o que forem, também só sabem fazer o bem, mesmo que ,as vezes os julguemos mal e maus.
À luz da Santíssima Trindade podemos resumir a mensagem de hoje, neste pensamento: A FÉ SE PROVA COM AS OBRAS FÉ SEM OBRAS É MORTA (Tg.2,14-26)
Abraão acreditou nisto e o aplicou a Deus, pensando que este só falava, mas não agia. Deus estava mostrou seu erro. Exigiu dele, além da fé, as obras, pela colaboração no sacrifício. Pela sua conversão.
O Filho (Deus-homem) é a prova de que o Pai não é relação-revelação de palavras, mas é Filho: alguém que vem a terra, se faz carne. Vive nessa vida e, como homem, FAZ, NÃO SÓ CRÊ a vontade do Pai. Este é o sentido e o objetivo de saída. (Sl.40(39),8;
Mt. 6,10.26,42; Lc. 22,42; Jo.4,34)
FÉ COM OBRAS E OS RIBEIRINHOS
1. Não é por que "moram no mato", longe de tudo e de todos: sem igreja, sem celebrações, nem sacramentos, que, para o Ribeirinho baste à fé, ficando despenado das obras. Pelo contrário, talvez para ele seja mais fácil uma fé, acompanhada de obras, como ainda veremos.
2. Como vimos, fé não é só coisa de memória e inteligência. E obras não são só obras de religião. Atitudes morais. O cumprimento dos dez mandamentos da lei de Deus. Os cinco mandamentos da lei da Igreja e os 10 mandamentos de Jesus Cristo, conforme lemos em Mt. 5,6,7. As obrigações civis, políticas e sociais. Enfim as obras do ser humano e do cidadão, além das do cristão.
3. Mesmo as obras do cristão nem sempre e em tudo, exigem necessariamente Igreja e Padre.
Já conhecemos sobejamente o provérbio popular "Quem não tem cão, se for rico, caça com cachorro, se for pobre, caça com gato"
Por exemplo: Você não tem igreja ? Faça de sua roça, de sua casa sua Igreja e o lugar de suas orações e seus cultos. Não há Padre para se confessar ao menos uma vez por ano? Confesse-se com Deus, toda noite, pedindo perdão dos pecados do dia. Você não vai à cidade, de vez em quando? Por que não aproveita para se confessar com o Padre? O Padre não vai rezar missa, onde você mora? Para que existe Rádio e Televisão?! Participe da missa, através dos meios de comunicação. Não deixe de ser solidário com os vizinhos, doentes, idosos, que necessitam de sua presença. De vez em quando faça uma visita a eles. A distância de uma casa para a outra, na beira do rio é muito grande, não permitindo formar comunidade, nem reunir-se em grupos de vizinhos sempre? Faça-os de vez em quando. Visite seus vizinhos. Reúna-se com eles, às vezes, para rezar e fazer culto, como você se reúne, para fazer mutirão da farinha, da castanha, e outros. Vez por outra você não dá um jeito de fazer reunião da Associação, com a Sedam, Ibama, Incra, festas, forrós, "ralo-bucho" e semelhantes ?!....
4. Vemos, então, que dizer "por que moramos separados, isolados e muito distantes uns dos outros. sem igreja, sem padre e sem missa, não temos condição de ligar fé e obras, fé e vida, fé e cidadania, é desculpa, mentira, preguiça falta de vontade, catolicismo frouxo, ou falta daquilo, que meditamos dias atrás: ESPÍRITO DE SACRIFÍCIO, LUTA POR ENTRAR PELA PORTA ESTREIRA E CAMINHO APERTADO, VIOLÊNCIA CONTRA SI MESMO, DAR MAIS IMPORTÂNCIA AO MAIS IMPORTANTE, esquecidos da palavra de Jesus: "O Reino dos céus sofre violência e só os violentos o tomarão de assalto!"
5. Quando dissemos que, relativamente, é, até mais fácil, ao povo ribeirinho, integrar fé e vida, também tínhamos certa razão, por que: Na área ribeirinha não há locais e ocasiões de pecado, como na cidade: bares fornecendo bebida alcoólica, salões de baile, motéis, banca de droga, baladas... Aí também não há certos fatores, que dificultam e, às vezes impossibilitam, na vida urbana esta integração, como: Agitação. Barulho. Trânsito intenso, desgovernado, tornando-o perigoso. Violência, assaltos, roubos, estupros, meretrício a céu aberto ou "debaixo dos panos"...
6. Por outro lado, ela também não está isenta de alguns falsos profetas, no sentido que tomamos acima, que tentam desviar o povo ribeirinho do verdadeiro caminho para Cristo. Ali também coexistem bons e maus, o bem e o mal. A própria situação de vida dura e sofrida, desprovida de quase todo o necessário para uma condição digna de vida, concorre pra colocá-lo num estado de tensão, insatisfação e revolta calada e silenciosa... transformando-o num pequeno barril de pólvora, na iminência de explodir a qualquer momento, atingido por qualquer faísca.
RESUMINDO: NÃO DANDO OUVIDOS AOS FALSOS PROFETAS, IMITEMOS A FÉ DO NOVO ABRAÃO, PROVANDO COM FRUTOS, QUE SOMOS ÁRVORE BOA. QUE A SANTÍSSIMA TRINDADE: PAI, QUE É VIDA, CRISTO, NOSSA CARNE, ESPÍRITO-IGREJA NOS FAÇA TRINDADE. E A VIRGEM RIBEIRINHA, QUE TRANSFORMOU DEUS, NA CARNE HUMANA, SEJA NOSSO EXEMPLO, AJUDA E PROTEÇÃO. ASSIM SEJA !
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