segunda-feira, 20 de junho de 2011

SEGUNDA FEIRA: 20/06/11

LEITURA: Gn. 12,1-9                                                           EVANGELHO: Mt.7,1-5  


Em sequência de tempo e de revelação, depois de Pentecostes, que dá início ao Tempo Comum da Liturgia e da Igreja, tivemos a festa da Santíssima Trindade, tudo o que acontece, na história da Criação, Salvação e Igreja, são relações atribuídas ao Pai, Filho e ao Espírito Santo, mas não são exclusividade de nenhuma das três relações (pessoas), mas são sempre das três, ou seja uma tríplice relação. É atribuída como uma relação, mas realmente são as três relações, ao mesmo tempo: a criação (PAI) é, ao mesmo tempo, salvaçao (FILHO) e comunhão (Espírito). A salvação (FILHO) É, ao mesmo tempo, criação (PAI) e comunhão (ESPÍRITO). A comunhão (ESPÍRITO)
é, ao mesmo tempo, criação (PAI), e salvação (ESPÍRITO). Em outras palavras: Pai, Filho e Espírito Santo são   U M  (Jo. 17 todo).

1. CRIADOS POR DEUS, COMO CRISTO NO ESPÍRITO, somos sua propriedade, portanto em total e permanente dependência DELE. "Sem mim, nada podereis fazer". (Jo 15,5). Como Abraão, Cristo nos chama (VOCAÇÃO) e nos guia, dando a cada um os meios e instrumentos aptos para realizar nosso chamado.
2. DEVEMOS NOS DOAR CEGAMENTE a este chamado (FÉ) (Rm.8,30). Confiar totalmente na orientação de Cristo e no sucesso de nosso desempenho, apesar das dificuldades, certos da vitória final (ESPERANÇA) e empenhar-nos, com toda dedicação e generosidade e responsabilidade neste serviço. Exemplo edificante e grandioso desta resposta a vocação é    M A R I A !
Ninguém é chamado por acaso, nem por vontade, ou competência pessoal, mas por vontade, pré-ciência e desígnio de Cristo, "que, não escolhe os competentes, mas dá competência aos que escolhe". (1 Cor. 1,1)
3. Como o chamado vem de Cristo, só ELE TEM DIREITO DE JULGAR, também por que é impossível a cada um de nós conhecer os motivos, fatores, condições e condicionamentos de cada pessoa, que determinam e explicam o ato e a responsabilidade de cada um em seus atos.
Cada um tem que conhecer e agir responsavelmente no cumprimento de sua vocação-serviço. Quem e quando tivermos o dever de julgar (Pais, Educadores, autoridades) devemos estar conscientes de que, mais do que julgar estamos educando e temos que,  antes de julgar, praticar e ser exemplo daquilo e a quem julgamos, se não quisermos e nos portarmos como hipócritas. (Mt.23,13-36)
 
SANTÍSSIMA TRINDADE E REALIDADE RIBEIRINHA.
1. Como qualquer pessoa, ou classe de pessoas, também o ribeirinho recebe e tem sua vocação, recebida de Deus. E tal vocação, com qualquer outra, sendo um chamado de Deus, para um serviço necessário às pessoas e sociedade, é digno, deve ser respeitado e valorizado, a partir do próprio ribeirinho. Ser ribeirinho, não é menor ou maior, pior, ou melhor, mas igual a todo e qualquer serviço.
2. E qual é a vocação-serviço do Ribeirinho? É tripla:

     2.l. AGRÍCOLA: produzindo alimentos para o sustento de seus irmãos da cidade. Produção esta, que, em nossa região consiste, preponderantemente,  na FARINHA DE MANDIOCA E CASTANHA.
     2.2. PESCA:  QUE SERVE AO PRÓPRIO RIBEIRINHO, como seu alimento natural, além de poder se constituir numa de suas fontes de renda.
    2.3. GUARDA DO MEIO AMBIENTE:  Hoje, quando se fala tanto e tanto se gasta na ecologia e defesa do meio-ambiente, pode-se quilatar melhor o valor do Ribeirinho, como vigia e preservador:
            - DA MATA, com sua inúmera variedade de espécies de plantas, muitas delas medicinais, muitas em extinção.
  - DAS ÁGUAS: lutando contra sua poluição.
  - DOS PEIXES: Lutando contra a pesca predatória de empresas de pesca em grande escala, para fins comerciais. Lutando, também, contra a pesca no tempo de seu "defeso" com vistas a preservação das espécies.
  - DOS ANIMAIS: Evitando a extinção.

3. COMPETE AO RIBEIRINHO LUTAR E EMPREGAR  TODOS OS MEIOS A SEU DISPOR, para defender sua dignidade e o valor de sua vocação-serviço.
 4. Faz parte da evangelização, não só promover a religião propriamente dita, enquanto doutrina, ritos, atitudes e práticas religiosas,  mas também em seu sentido  mais amplo de dimensão social, de cidadania, no que toca a deveres e direitos , conscientizando os Ribeirinhos de sua dignidade, enquanto pessoa e cidadão e de seu valor, enquanto vocação-serviço, orientando-o na sua luta pela defesa deste valor, dignidade e consequentes direitos.
5. Cumpre lembrar, o que parece óbvio a todo mundo e reafirmado pela doutrina de Cristo que "O operário é digno de seu salário" (Lc.10,7; 1Cor. 3,8). Como se entende, então que, direta ou indiretamente a autoridade coloque o Ribeirinho no meio da mata, com a função agrícola da pesca e da guarda e preservação do meio-ambiente e não lhe de as mínimas condições de vida, trabalho, saúde e escola? Não lhe pague o salário justo, por seu trabalho, nem lhe permita usufruir de uma pesca e caça, que não vá de encontro à preservação da natureza?
6. Ninguém nega, ao contrário agradece ao IBAMA o direito, e responsabilidade maior na coordenação racional desta preservação do meio ambiente. É um favor, que faz para nós e agradecemos. Este trabalho, porém não pode ser tão míope e parcial, que esqueça que o RIBIRINHO É O BEM MAIOR E PRINCIPAL, COMO PARTE INTEGRANTE E NECESSÁRIA DESTE MEIO AMBIENTE. É FREQUENTE OBSERVARMOS ABUSOS DE PODER E MEDIDAS EXTREMISTAS, pela apreensão violenta de instrumentos de caça e pesca, naturais e necessárias a vida e manutenção da população ribeirinha.
7. Por isso, com os Ribeirinhos, defendemos seu direito de receber da União, um salário justo pelo seu trabalho e a licença de, sob controle adequado e quotas determinadas, comercializar a caça e a pesca de seu território. 
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário