terça-feira, 31 de julho de 2012

M E N S A G E M D A S Á G U A S

17a. SEMANA DO TEMPO COMUM
Dia 29 de Julho de 2011 - Sexta Feira

FESTA DE SANTA MARTA

TEXTOS: 1Jo. 4,7-16
              Jo.11,19-27 

A liturgia de hoje celebra a pessoa, a história e as mensagens de vida de  Santa MARTA.


1. HISTÓRIA DE VIDA

O nome MARTA significa "SENHORA" e ela morava, em Betânia, mais ou menos há três quilômetros de Jerusalém, com seu irmão Lázaro e sua  irmã Maria. 11,1-2  ;  18-20)
   
Estranhamente os três irmãos, apesar de ricos, eram SOLTEIROS, e esta situação causa surpresa e admiração porque o povo Judeu não valorizava a  virgindade nem o celibato, nem via com bons olhos uma pessoa adulta que não fosse casada, com medo de que esta atitude pudesse impedir a encarnação do messias salvador.

Jesus era muito amigo dos três (Jo. 11.5) e esta amizade, bem como a proximidade da casa de Marta, com relação a Jerusalém tornava-a lugar estratégico e passagem obrigatória, tanto antes, na chegada, como preparação para a entrada na cidade, como refúgio e descanso após  suas orações e trabalhos no Templo e, finalmente, como preparação para a viagem de volta, terminada a peregrinação.

Jesus usava também a casa de Marta quando queria ficar a sós com seus Apóstolos e dar-lhes  formação especial e mais aprofundada de sua doutrina, como vemos em Lc.10,38-42; Mc. 4,10-11.

A festa de Santa Marta foi introduzida na hagiologia e calendário católico pelos Frades Franciscanos, em 1262.

Santa Marta é padroeira dos hoteleiros, por ter sido hospedeira de Jesus.
       
2. MENSAGENS DE VIDA

Nas duas visitas de Jesus à casa destes seus amigos, em Betânia, relatadas pela bíblia: (Lc.10,38-42 e Jo. 11,1-57) em que Marta tem papel principal, ao lado de  Jesus, ela nos revela alguns dos traços principais de seu temperamento e personalidade, que podem ser resumidos nestes:

2.1. VIDA ATIVA: Numa das ocasiões em que Jesus usou a casa de Marta para dar uma formação especial a seus Apóstolos, Marta nos revelou um dos traços de seu temperamento que era a decisão, o dinamismo e a vida ativa. Enquanto Maria ouvia Jesus, dando-nos exemplo de vida contemplativa, Marta se preocupava com os trabalhos da cozinha e da casa exigidos pela hospedagem de Jesus e dos Apóstolos. 

Diferente de sua irmã Maria, Marta era mais dinâmica e ativa. Enquanto aquela ficava sentada, ouvindo Jesus,   sem fazer nada, (Jo.11,20) Marta se agitava, cuidando dos trabalhos da casa e da cozinha, exigidos pela hospedagem de Jesus e dos Apóstolos, ou "foi ao encontro de Jesus" (Lc.10,39-4; Jo.11,36). A atitude, que Jesus tomou, nesta ocasião, aparentemente pode ser interpretada erradamente, como uma reprimenda à Marta. Mas não foi uma atitude depreciativa do trabalho e vida ativa. Ao contrário, foi uma atitude pedagógica para nos ensinar  que a vida espiritual e contemplativa não pode ser impedida, nem tem menos   do que a vida e atividade física, ativa e material. "É a melhor parte, que não pode faltar nem nos ser tirada".  Maria sempre sentada, em casa... Marta sempre agitada, trabalhando, indo ao encontro de Jesus... (Lc. 10,38-42; Jo.11,20)

2.2. ESPÍRITO DE SERVIÇO: Nesta e em outras ocasiões de hospedagem de Jesus e seus apóstolos, Marta nos dá exemplo de espírito de serviço, cuidando da casa e de todo o serviço decorrente da hospedagem de Jesus. Certamente era ela a dona da Casa (Lc.10,39) e, como tal,cabiam-lhe os encargos da casa e recepção dos hóspedes .

2.3. HOSPITALIDADE: Nestas duas cenas, também é sempre Marta que  toma a iniciativa de convidar, receber e hospedar Jesus.

2.4. FÉ NO PODER DE JESUS: "Senhor, se estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. Mas ainda agora eu sei que tudo o que pedires a Deus, ele te dará" (Jo. 11,21-22)  Marta está segura de que Jesus é vida e tem o poder de restituir a vida, mesmo que a pessoa tenha morrido.

2.5. FÉ NA RESURREIÇÃO: Marta embora creia na ressurreição, "Sim senhor eu creio que ele vai ressuscitar" se revela meio indecisa quanto as época em que ela vai acontecer  e  foge da resposta direta, quando Jesus lhe faz esta afirmação, com sabor de pergunta, que assim foi traduzida: "Teu irmão vai ressuscitar", mas cuja verdadeira tradução deveria ser:  "Teu irmão não está morto, mas ressuscitado. ESTÁ VIVO!   Marta desconversa e responde fugindo do assunto...."Eu sei que ele vai resuscitar, na ressurreição do último dia !" (Jo. 11,23-24)
Cercando Marta e obrigando-a a corrigir sua indecisão. Jesus continua dizendo: EU SOU A RESSURREIÇÃO E A VIDA. QUEM CRÊ EM MIM, MESMO QUE PAREÇA MORTO, ESTÁ VIVO ! E TODO AQUELE QUE ESTÁ VIVO E CRÊ EM MIM, NÃO MORRERÁ NUNCA." (Jo.11,25-26)

    2.6. FÉ EM JESUS COMO MESSIAS: Sem manifestar clara convicção na divindade de Jesus, quando acaba de afirmar que é A VIDA, mas revelando com clareza a fé na sua messianidade Marta responde "Sim, Senhor. Eu creio que tu és o Messias,o Filho de Deus, que devia vir a este mundo (Jo.11,27)
   
    Em outras palavras: Marta tem certeza de que: a ressurreição é um fato. Jesus é o Messias e muito poderoso. Mas ainda, como muitos Judeus, ainda não tem consciência clara e  segura de que a ressurreição é um fato atual, que já acontece imediatamente após a morte, por que Ele, sendo a vida, para quem está unido a Ele,a morte física não existe e é só aparente, O Corpo não morre, se transforma e isto está acontecendo agora, com Lázaro, que, portanto não morreu, mas está vivo.

   Para provar isto Jesus vai ao sepulcro, chama Lázaro e o mostra total e perfeitamente vivo.

   Foi justamente para provar estas três coisas: a RESSURREIÇÃO como um fato imediatamente após a morte SUA DIVINDADE e, também, SEU PODER, que Jesus protelou sua vinda e deixou que Lázaro "morresse" (Jo,11,4-8)

    Este foi o ponto alto, crítico e final dos ensinamentos e da vida de Cristo. Os judeus entenderam perfeitamente o que ele quis ensinar, mas não aceitaram. Se conscientizaram de seu poder de influência no meio do povo (Jo. 11, 47.49) Por isso daí em diante decidiram matá-lo e começaram tramar  sua morte, com medo dos Romanos obrigando  Jesus a se esconder. (Jo. 11,49-57)

    Daí em diante o Evangelho de São João só relata os últimos e mais profundos ensinamentos de Jesus, nos capítulos 12 a 16, que culminam com a Oração chamada Sacerdotal, ou Oração-testamento de Jesus, no capítulo 17 e os fatos de sua prisão, condenação, calvário e morte na Cruz.

   E Marta foi, com Jesus protagonista central de todos este fatos...