4. O TRABALHO (Continuação "O Evangelho no Coração da Amazônia")

            4.1. Agentes de trabalho:

4.1.1. Missionários da Palavra

         Conforme o projeto, nosso sonho sempre foi formar para este trabalho missionário, uma comunidade mista, composta por leigos como protagonista, padres e religiosas (os).

         Além de mim, padre, que, desde o início moro, convivo, e trabalho nesta área missionária, formou-se, desde 1991 um grupo leigo que escolheu e se deu o nome de ASES (Apóstolos Leigos a Serviço da Evangelização Libertadora).

         Como já disse acima, este primeiro grupo foi formado, em sua maioria por agentes pastorais, que já trabalha comigo em encontros, retiros e movimentos semelhantes.

         MMAD: Por sugestão do mesmo grupo, no qual, com o tempo predominaram os jovens e de mentalidade diferente, fundou-se um outro grupo com o nome de MMAD (Mensageiros, Missionários do Amor Divino) que também continua até hoje. Independente destes grupos ocasionais durante alguns anos de missão trabalharam, em Calama, vários missionários temporários, durante 6 meses, 1 ano, dois anos e principalmente na área da religião.

4.1.2. Missionário da saúde

         Como o projeto tinha como uma de suas premissas uma pastoral integral e integrada, sempre incentivamos, além de pessoas e grupos que desenvolvem uma evangelização mais de dimensão, conteúdo e objetivos especificamente religiosos, pessoas e grupos que deram atendimento, conscientização e assistência a nível de saúde, como médicos, dentistas, bioquímicos e outros.

 NAPRA - Assim, logo no início da missão, em 1993, por iniciativa e estímulo, vieram cinco estudantes de medicina, da Universidade São Francisco (USF) de Bragança Paulista, liderados pela, hoje Doutora em Anestesia: Maria do Carmo Burim Samartino, se organizaram e vieram para um trabalho de atendimento e assistência à saúde do povo, em Calama.

         No ano seguinte vieram outros cinco, acompanhados de médicos. Entre os estudantes estava Alessandro Vito Lido, da medicina, que iniciou uma associação de estudantes das várias áreas da USF, principalmente de saúde e fundou o NAPRA (Núcleo de Apoio à População Ribeirinha da Amazônia).  Este grupo continuou o trabalho de assistência à saúde das famílias ribeirinhas e, como os demais, o faziam durante as férias de julho. Em 2004, mais ou menos eles decidiram se dedicar exclusivamente à área da missão de São Carlos e separou-se do grupo de Calama. Tal separação tornou-se definitiva quando me transferi para a área ribeirinha de Guajará-Mirim.

AMAPRA - Logo em seguida um médico: Dr. Mauro Moreira, catedrático da USF Diretor do Departamento de Ortopedia, incentivou e coordenou um grupo de médicos de várias cidades e áreas da medicina e Odontologia, formando com eles uma Associação chamada AMAPRA (Associação Missionária de Apoio à População Ribeirinha da Amazônia).

         Este grupo vem todo ano e fica uma semana, dando assistência e atendimento as famílias residentes as margens dos rios como o grupo anterior.

1. Estes dois grupos continuam até hoje e, em 2005, formamos, com eles uma Associação com o nome de ANAMPRA (Associação Nacional de Apostolado Missionário junto às Populações Ribeirinhas Amazônicas) CNPJ Nº 07.673.447/001-70.

A criação desta Associação foi exigida para possibilitar a elaboração de Convênios com o Governo Estadual e outras entidades.

Em 2008 mudamos a diretoria e a sede da mesma de Jacareí para Guajará-Mirim, à Av: Costa Marques Nº571.

2. O trabalho leigo é totalmente voluntário e gratuito e os recursos para ele num total de 1.000,00 por pessoa é conseguido através de doações de amigos e colaboradores (Missionários de retaguarda) e eventos (Bingos, rifas, pizzas, almoços) realizados em benefício da missão.

3. O trabalho da saúde também é totalmente voluntário, gratuito e feito com recursos próprios, um total, aproximadamente de 3.000.00 por agente de saúde.

4.2. EM AÇÃO

               
                       4.2.1. Primeira Evangelização

         Como já falamos acima, estamos em área de missão, definida pela Igreja como área de primeira evangelização, ou seja: população que ainda não recebeu, ou recebeu muito superficialmente o anúncio das experiências fundamentais do evangelho, ou ainda não tem as estruturas missionárias, que lhe permitam ser chamadas de COMUNIDADE.

         Este primeiro anúncio consiste nas três experiências que constituem o núcleo básico de ser e da vida cristã, sucintamente anunciadas e que chamamos:

- Atitudes de fé.

- Prática dos MANDAMENTOS.

- Liturgia sacramental: celebração recepção e vivência dos sacramentos.

- Ser e viver O Cristo: Vida e atitudes de Fé.

         - Ser e viver COMO Cristo: Vida e prática dos Mandamentos.

         - Ser e viver POR Cristo: Vida de oração, liturgia, sacramentos.  

Cada etapa deste anúncio tem a duração de um ano.

4.2.2. Após este primeiro anúncio de um ano, inicia-se a estruturação da comunidade, com seus órgãos principais de coordenação e serviço, em forma de comunidades de base, que é a nova forma de toda a Igreja será. Na CEB estruturam-se os órgãos de coordenação, e serviços de fé (evangelização e catequese) culto (liturgia) e caridade (serviços sociais).

4.2.3. O Evangelho de casa em casa

         Por causa da situação geográfica das famílias: as enormes distâncias em que moram e também por causa de seu estado de profundo desconhecimento da religião e das experiências fundamentais que a definem, achamos que não há condição de realizar nesta área uma pastoral baseada em agrupamentos e sacramentos, como a Eucaristia. Hoje estamos convencidos de que a pastoral, nesta condições, tem que ser feita através de visitas de casa em casa. Atinge-se mais gente e através de uma evangelização mais direta e pessoal.

         É assim que esta evangelização é feita, nesta área, tanto na religião, pelo padre, ou pelo grupo de missionários leigos, como pela equipe de saúde, tanto nos rios como nos ramais (verão).