sábado, 7 de maio de 2011

A MISSÃO RIBEIRINHA

O QUE FAZEMOS !

  Vimos, no texto anterior o que queremos dizer quando dizemos "Missão Ribeirinha de Guajará-Mirim". Vimos, depois de estudarmos os diversos aspectos de sua realidade, que se trata de verdadeiro campo missionário, no mais original sentido da palavra. Realidade onde, podemos dizer, o Cristo ainda não nasceu e espera alguém, que, enviado por ELE, o ajude a nascer para Cristo. Num segundo aspecto, podemos dizer que esta é uma população de excluídos, esperando alguém, enviado por Cristo que lhe diga e faça, como Cristo disse e fez ao cego:  "Vem para o centro !"E agora, o que fazer?!  Como fazer?
Estas são as perguntas que estamos tentando responder, em quatro anos de missão. Não temos certeza de termos encontrado ainda "o que" e o "como". Você pode ajudar !... 

1.   EVANGELIZAR E NÃO BATIZAR

    Quando chegamos à área, desconhecendo totalmente a situação da população, iniciamos um trabalho nos mesmo moldes do que fazíamos no sudeste: pastoral sacramentalista, baseada em celebrações da eucaristia e administração dos sacramentos. Logo, porém, tomando pé na realidade nos convencemos de que tal pastoral estava totalmente furada por que a população não tinha o mínimo dos pré-requisitos exigidos, pelos sacramentos, em especial uma opção livre, pessoal, esclarecida e consciente por Cristo e seu evangelho.
Me convenci, então, de que, o que Paulo disse para si, valia para mim: "Cristo não me enviou para batizar, mas para ANUNCIAR O EVANGELHO !" (1Cor.1,17). 
Também me convenci de que, no estilo de desobriga, era possível o povo se reunir uma vez por ano, motivado pelo interesse dos sacramentos pelos quais se sentia obrigado. Mas pela situação geográfica de suas casas, muitíssimo distantes umas das outras, não tinha a mínima possibilidade de se reunir mensalmente para ouvir a palavra de Deus e um serviço de evangelização lenta, gradual e progressiva. Foi então que me decidi por um trabalho de evangelização CARA-A-CARA, DE-CASA-EM-CASA e não de sacra mentalização a-toque-de-caixa. E é isto que faço. Vou de voadeira, paro em cada casa, faço uma pequena celebração, na qual a parte mais importante é o momento da palavra, quando procuro, de um modo bem simples e bem resumido, desenvolver uma evangelização, desenvolvendo os pontos elementares, fundamentais do Primeiro Anúncio (Quérigma) do Evangelho em três momentos, que intitulo Viver O Cristo: Experiência e Vivência dos Princípios da FÉ: Creio em Deus-Pai. Viver COMO Cristo: Experiência e Vivência dos valores, normas e padrões de comportamento, que o Cristo ensinou e viveu: Mandamentos. Viver POR Cristo: Experiência e Vivencia de uma vida totalmente dependente de Cristo, que disse: "sem mim nada podereis fazer" (Jo. 15,5): Sacramentos, oração, vida espiritual.
     Este é nosso trabalho, atualmente. Depois de terminadas estas três etapas, vamos começar a pensar nos sacramentos. a começar do batismo.

2. A MISSÃO LEIGA DE JULHO

    Com a Igreja e a partir da prática, sempre estive convencido de que o trabalho do Padre é muito importante e necessário, por que com condição de maior continuidade e regularidade. Mas o trabalho do leigo é de igual importância e necessidade. Como o povo, ele vem do chão da mesma vida e a força de sua palavra é o testemunho do dia-a-dia. Por isso sua palavra às vezes, tem mais força de convicção do que a do padre.
    Convencidos disto, desde o começo convidamos leigos para virem dar seu testemunho através da evangelização. A MISSÃO LEIGA.
É trabalho voluntário que acontece todos os anos, durante todo o mês de Julho, incluindo viagem de ida-volta e o trabalho nos rios e ramais. Esta evangelização segue o mesmo estilo e conteúdo da evangelização do Padre. Mesmo método de casa-em-casa, que o padre, depois, continua durante os outros meses do ano.

3. EVANGELIZAR O CORPO TAMBÉM É PRECISO

   O Ser humano não é um ser uni-dimensional. Só espírito. Nem uma juxta-posição corpo e espírito, mas uma integração bi-dimensional CORPO-ESPÍRITO. 
Nenhuma ação, tendo  endereço humano, pode ficar só numa dimensão, sob o risco de se tornar inócua e até prejudicial, mas  tem que atingir as duas. Por isso desde o início da missão, além da preocupação como espírito e sua evangelização religiosa, sempre tivemos preocupação com a saúde. Para isto, sentimos a necessidade de construir um Barco-Hospital, de 19m x 05 metros, com dois gabinetes dentários, consultório médico, laboratório e farmácia, para levar atendimento à saúde dos ribeirinhos da área, realizando, como a evangelização, um atendimento personalizado, casa-por-casa. Uma equipe de agentes de saúde: médicos, dentistas, bioquímicos, oferece seus serviços voluntários, por enquanto uma vez por ano, durante uma semana. Mas já estamos vendo a possibilidade de fazer com que este atendimento seja de dois em dois meses, dependendo da ajuda que o Governo oferecer. E o interesse não é só cuidar da medicina curativa, mas também e especialmente da medicina PREVENTIVA, como é projeto do Governo Federal. 
      Terminamos, então, com um apelo. Se você sentir o chamado de vir somar forças neste trabalho, seja na área da evangelização religiosa, seja na área da missão-saúde, procure-nos. Teremos o maior prazer em acolhê-lo e atendê-lo. Precisamos de você com o que você puder colaborar, por que, como você viu, "A messe é grande, mas os operários são poucos" (MT.9.37). Venha conosco! O povo pobre e carente de Cristo e de saúde, nas margens dos rios e ramais espera por você. Cristo o chama! O que espera para responder? Venha!

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