INTRODUÇÃO
O tempo forte e oficial da CAMPANHA DA FRATERNIDADE, que começa na quarta feira de cinzas e termina no Domingo de Páscoa, já terminou. Mas, mais que campanha de alguns ela é um ESPÍRITO, que inspira, anima e dinamiza oano e a vida inteira
CAMPANHA é a união de todos, inspirada na fraternidade, que os une, em torno de um objetivo e ação comuns. A DA FRATERNIDADE, que ocupa toda a Quaresma, nos lembra os 40 dias de penitência (jejum) de Jesus, no deserto e, dando a esta penitência uma direção moral, numa dimensão social, apresenta sempre o desafio de um problema a ser refletido em busca de pistas para sua possível solução.
Este é o sentido de sofrer e morrer com Cristo, para ressuscitar com Ele, na páscoa, que deixa de ser um movimento de conversão puramente individual, para se transformar num esforço de renovação (Conversão) mais abrangente e de ressonância em várias esferas da sociedade, além da religiosa.
Como IDÉIA-FORÇA, que dinamiza a Campanha a CF escolhe um tema e como META DE AÇÃO, um lema. Este ano o Tema escolhido, chama a atenção para a problemática do MEIO AMBIENTE, lembrando nossa responsabilidade a respeito, com o TEMA: FRATERNIDADE E VIDA NO PLANETA E como meta-ação, o LEMA, que ao mesmo tempo é constatação da realidade problemática do planeta: "A CRIAÇÃO SENTE DORES", e, ao mesmo tempo, sugestão de pistas para a ação: "DE PARTO", emprestada de Paulo, em sua carta aos Romanos.
Para visualizar pedagógicamente esta ideia e esta ação a Igreja apresenta um CARTAZ, que, em três momentos apresenta: 1 o sonho de Céu ao criar a natureza, para habitat humano e o irracional vandalismo humano,que polue o ambiente onde vive; 2. em seu habittat natural e 3. nas cidades, por puro e vesgo interesse econômico.
Nosso interesse é explicitar a relação existente entre esta Campanha e a missão ribeirinha. Até onde a CF deste ano convoca para a ação, também os agentes, o povo e a pastoral missionária ribeirinha.
I HOMEM = SER INTEGRAL: MATÉRIA + ESPÍRITO + MEIO AMBIENTE (natureza, cosmos)
A evolução da cultura a filosofia a ver o ser humano, como uma dimensão cósmica. Ele é a síntese do cosmos, do mundo, da natureza, de seu meio-ambiente. Portanto, entender o homem, falar O homem, falar DO homem, falar AO homem exige entender, falar a e da natureza. O homem é o ambiente em que vive. Como a ação da igreja toda e, em primeiro lugar da Igreja ribeirinha, destinatária da PRIMEIRA evangelização, é evangelizar o ser humano, ela só o evangeliza real e integralmente se NELE, COM ELE E POR ELE evangelizar SEU MEIO AMBIENTE, O COSMOS, A NATUREZA.
O ser humano, destinatário da evangelizaçãop não é um ser unidimensional: só Espírito. Ele é bi-dimensional também matéria, que é seu corpo e na matéria de seu corpo ele É cosmos: orgânico e anorgânico, animado e inanimado, material, vegetal, animal. Defender, promover e desenvolver o homem exige, defesa, desenvolvimento e promoçãqo do meio ambiente.
II. HOMEM = SER RELACIONAL: INDIVÍDUO + CRISTO + O(S) OUTRO(S) INDIVÍDUOS + O SEU AMBIENTE.
O Ser humano não só é, realidade estática, mas também está em contínua relação, realidade dinâmica. com Cristo: dimensão transcendental, com os outros homens: dimensão social e com o mundo, meio-ambiente que o rodeia: dimensão cósmico-material. Então é uma relação TRIdimensional..
Por mais este motivo a evangelização, em todas as suas formas, também ribeirinha, não só ESTÁ EM, mas É relação cósmica. Relação-meio ambiente.
III. CREIO NA IGREJA CATÓLICA
Quando dizemos, ao rezar o "Creio em Deus Pai": CREIO NA IGREJA CATÓLICA, imediatamente pensamos que se trata de INSTITUIÇÃO CATÓLICA, contraposta à denominação, ou instituição evangélica. Esquecemos que quem compôs o "Creio em Deus Pai" foram os Apóstolos e, por isso ele é chamado "Símbolo dos Apóstolos". E os Apóstolos o compuzeram para resumir os pontos principais da doutrina de Cristo, para evitar o perigo de cada Apóstolo ensinar doutrinas diferentes, depois que se espalhassem pelo mundo, como realmente aconteceu. Portanto "Igreja Caólica" aí, nada tem a ver com religião, instituição, ou denominação religiosa, mas UNIÃO, OU REUNIÃO, FAMÍLIA (igreja) UNIVERSAL (católica). Ou família de todos os seres criados por Deus, em Cristo, ou todos os que tem a Deus por pai e, por isso são irmãos entre si, no verdadeiro sentido da palavra. . Melhor do que "Igreja Católica", aí dever-se-ia, então dizer: "CREIO NA FRATERNIDADE UNIVERSAL". Sabendo disto, sabemos, por mais um motivo que, entre nós e todos os seres da natureza há um profundo laço de fraternidade, que nos pões em profunda comunhão de amor com todos os seres , que exige de nósprofundo respeito para com eles.
A Campanha da fraternidade, que promove a defesa do meio ambiente, atinge em cheio esta relação, defende, promove e desenvolve esta fraternidade e exige de todos os setores de evangelização, também ribeirinha, colaboração ativa e efetiva nesta direção.
Missão e Campanha da Fraternidade, que coincidem no interesse de evangelizar, não podem ficar indiferentee uma à outra, uma vez que têm, em comum, por destinatário o mesmo homem e mulher, em comunhãocom a natureza.
IV. RIBEIRINHO E MEIO AMBIENTE
Mas o motivo mais forte, que estreita a relação entre Campanha da Fraternidade e Missão, de modo especial a ribeirinha é que a nstureza é, ou o meio ambiente, que são objeto próprio da CF, também são o "Habitat" da população ribeirinha, que vive não só NA mata, NA terra e NO rio, mas DA mata, DA terra e DO rio. A terra, a mata e o rio são sua vida, fonte de subsistencia. Falar, pois de meio-ambiente é falar de ribeirinho.
CONCLUSÃO
A MISSÃO RIBEIRINHA mantém relação com a Campanha da Fraternidade sob quatro aspectos:
1. Por que o meio-ambiente é parte integrandte do ser-ribeirinho: É seu ser. E este é parte integrante do meio-ambiente.
2. Pela relação ontológica existente entre ribeirinho e meio ambiente.
3. Pela estreita fraternidade existente entre os ribeirinhos e os elementos constituivos do meio ambiente, como mata, terra, rio.
4. Ribeirinho e Meio-Ambiente, são, pois dois elementos inseparáveis, sendo, pois, impossível falar de um sem falar do outro.
Guajará Mirim 26 de Abril de 2011.
Pe. Francisco Lenine Viana Pires Cssr